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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

The only thing i should be drinking is an ice cold beer

Aquela velha mania de ir na padaria todo dia só pra fugir dessa vidinha sem graça, achando que o amor da sua vida pode aparecer de repente na sua frente derrubando todos os pães e se oferecendo pra pagar um café. Nunca gostei desse filme e sempre desliguei o dvd antes de qualquer pessoa entrar em alguma padaria ou qualquer outra coisa do gênero. Acho que na verdade eu sempre soube que com você não iria ser assim. Mas também nunca pensei que fossemos nos conhecer daquele jeito. Eu, com o coração apertado e lotado de pessoas, lugares, saudades, lágrimas e vodka. E você, com aquele jeito de menino largado, bebendo cerveja e fumando na calçada, com jeitinho de fã de strokes, e que curte mesmo não ligar no dia seguinte. Sentei do outro lado da rua e te olhei sorrindo. Acho que você percebeu o que eu queria e me chamou pra dividir a cerveja com você.
- Você fuma?
Eu neguei com a cabeça, e você já ia apagar seu cigarro quando eu disse que não me importava. Aliás por favor jogue a fumaça na minha cara, estou precisando poluir a minha mente e não estou sendo irônica. 
Você tentou me converter em uma fã de strokes, mas eu me converti em uma fã da cerveja que você quis dividir comigo.  Você tentou me beijar a tarde inteira que ficamos conversando, mas sua boca ainda estava com o gosto do cigarro. Eu quis poluir minha mente, não minha boca. Eu te contei todos os meus relacionamentos conturbados e como eu estraguei todos eles, você me contou todas as meninas que até hoje esperam sua ligação do dia seguinte.
- Quer ir pra minha casa?
- Tem cerveja lá?
- Não, só vodka.
Eu peguei minha bolsa que tava jogada no chão junto com meus óculos escuros e fui em direção a minha casa.
- Onde você tá indo? Você não quer ir lá em casa?
- Sabe de uma coisa? Eu cansei de vodka, cansei de ligações prometidas na manhã seguinte, cansei de encontrar o amor da minha vida numa padaria e ele me oferecer café. Cansei.
- O que você tá querendo dizer?
- Que eu quero cerveja.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Dois mundos entre aspas

Eu te olhei daquele meu jeito estranho, daquele jeito "te quero e não quero" ao mesmo tempo, e você sorriu pra mim. Sorriu aquele sorriso misterioso que é só meu mas todo mundo sabe. Hesitei em deixar você me beijar, porque não sabia em qual mundo estaria entrando dali pra frente. Seria o mundo "fiquei com você a noite toda, mas vou te deixar na manhã seguinte" ou "não fiquei com você a noite toda porque quero te ver na manhã seguinte"?. Hesitei em te dar meu telefone porque não queria deixar você entrar no meu mundo. O meu mundo de "te achei bonitinho e tal, mas sei que você vai me deixar na manhã seguinte" ou "você me achou bonitinha e tal, mas porque não quer ficar comigo a noite toda?". Hesitei em ir para sua casa, porque estavámos indo rápido demais e nossos mundos estavam prestes a se encontrar. O meu mundo de "amo cachorros, mas tenho medo de que você seja um" e o seu mundo de "amo gatos, mas nunca me chame assim". O meu mundo de "to de tpm, acabei com uma caixa de chocolate, e to parecendo a geisy arruda antes das milhões de plásticas que ela fez" e o seu mundo de "tenho que fazer academia, mas prefiro ter essa barriga de chopp do que ficar que nem o alexandre frota". O meu mundo de "posso segurar sua mão e me iludir com a possibilidade de termos um futuro juntos?" e o seu mundo de "quero te abraçar, mas tenho medo de você não deixar". O seu mundo, o meu mundo. Dois mundos que se encontram e se tornaram apenas um. O mundo de "não fiquei com você a noite toda, mas te vi na manhã seguinte". Well, hello world!