A mensagem que queria mandar para ele já estava salva nos rascunhos, assim como as palavras em sua mente. Ela disse que tava confusa, ele disse que não tinha tempo para confusão. As amigas avisaram que ela estava sendo fraca, mas a fraqueza não é a companheira da solidão?
Ela deu o primeiro passo. Pintou seu cabelo de ruivo e o conquistou quando criticou Radiohead, a banda preferida dele. Começaram a sair por diversão, nada de sentimentos, só sexo (regras definidas por ele). O sexo durou seis meses, o amor um ano.
Não havia mensagens ou ligações perdidas em seu celular, as roupas dele não estavam mais jogadas e amassadas no chão e o cabelo ruivo já estava desbotado. A história de amor não era mais contada por ninguém. Os livros, as músicas, as fotos e ele. Todos haviam se esquecido.
As regras do jogo haviam mudado. Não existiam mais beijos para fazê-la adormecer, ou Radiohead para ela criticar. Trocou o amor pela confusão e foi trocada por uma batida de porta, nada confusa.
Ela amou ele primeiro, ele amou ela por último.