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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Break-up

Você suspirou a última vez.
Limpou suas lágrimas, já secas, e soltou a minha mão depois de ter segurado-a durante esses 30 minutos que passamos quietos. Eu ouvindo sua respiração solitária e você encarando meu olhar de compaixão.
- Você tá com pena de mim? - você me olhou daquele jeito que só você sabe me olhar e confesso que isso é uma das coisas que mais sinto falta - Você vai embora depois de 2 anos e ainda fica com pena de mim?
Eu queria dizer não mas meus olhos diziam outra coisa. Eu precisava ir embora mas precisava terminar o que nunca comecei.
- Eu quero que você seja feliz, só que eu não posso mais te dar essa felicidade.
- EU SOU FELIZ COM VOCÊ! - sua dor era transmitida por seu grito e pela primeira vez, durante esses 2 anos de uma relação inconstante, você me viu chorar.
- Mas eu não sou mais feliz com você! - eu respondi e você jogou nosso porta-retrato, meu deus como eu amava aquela foto, no chão.
Passamos mais 15 minutos calados, você olhando pela janela em busca de alguma resposta e eu te olhando, daquele jeito que só eu sei olhar, com a esperança de guardar seus detalhes que tanto amava e que iria sentir falta.
- Eu te amo e sempre vou te amar! Mesmo que isso não faça a menor diferença pra você.
Eu sorri. Outra coisa de que iria sentir falta: sua ingenuidade.
- É claro que você vai deixar de me amar, assim como vai encontrar alguém que vai mudar sua vida e infelizmente eu não sou essa pessoa.
- Você chegou a me amar algum dia?
- Eu ainda te amo. Mas as coisas mudaram e eu to seguindo um caminho diferente e, querendo ou não, você não faz mais parte dele.
Pronto, o grande momento havia finalmente chegado. Eu iria embora e nunca mais passaríamos pela vida um do outro.
Peguei minhas coisas e fui em direção a porta, mas antes virei e falei:
- Eu nunca vou me esquecer de você, você foi o único homem que me amou como ninguém jamais vai me amar.

Hoje não sei mais da sua vida, não sei se já encontrou a mulher dos seus sonhos ou ainda espera a vida acontecer. Não sei se já me esqueceu ou se as vezes pensa em mim.
Eu só queria te dizer que sinto sua falta, todos os dias.



'When was the last time you thought of me? Or have you completely erased me from your memories?'

domingo, 18 de setembro de 2011

Pessoas novas, pessoas velhas e um fusca!

To com vontade de fugir dessa minha vidinha sem graça e sair andando em busca de gente interessante que queira acrescentar minha vida. É como dizem por aí, gente sem graça a gente põe dentro de um fusca e manda embora. 
Ando andado meio distraída e sem disposição pra viver todas as loucuras que andam acontecendo na minha vida. É que a gente tem essa mania de achar que o mundo vai te pedir pra ficar quando sua mente tá implorando pra ir. 
Ontem arrumei meu quarto e também inventei de arrumar meu coração. Joguei fora todas as roupas e pessoas que não me serviam mais, guardei meus sapatos e memórias jogados no chão e reciclei alguns papéis e minha alma.
Tenho pensado em algumas pessoas que passaram por minha vida e lembro dele, de vez em quando. Deixei ele ficar alguns meses em minha vida e depois joguei no fusca, com todas aquelas pessoas sem graça.  
Ouvi hoje de uma amiga que se você não muda com o tempo, a vida muda você. Talvez eu esteja parada numa linha tênue entre mudar com o tempo e ser mudada pela vida, mas tenho orgulho em saber que deixei pessoas, desnecessárias, para trás (esperando por mais um lugar no fusca) e agora dou valor pra quem realmente merece: meus amigos, minha família, eu e meu cachorro ( o coitadinho sempre foi o primeiro a ouvir minhas lamentações).
E enquanto procuro uma maneira de sair dessa vida sem graça, buscando pessoas novas (só pra dividir a cerveja comigo e reclamar da vida de vez em quando) e dispensando pessoas velhas, só tenho certeza de uma coisa: hoje acordei com vontade de viver!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sessão da tarde

Todos os dias antes de dormir falava para mim mesma: "Espera, espera, que vai passar".
O meu passatempo favorito sempre foi sentar e ver minha vida passar na sessão da tarde. Dava play continuamente, não avançava e nem ia para trás. 
O nosso último beijo sempre foi minha cena preferida. É que você foi embora prometendo voltar no dia seguinte e cá estou 3 anos depois repetindo a cena, na minha cabeça e na TV à minha frente, e te amando de um jeito inexplicável por nunca mais ter voltado.
Você foi o único corajoso suficiente a ir embora e não olhar para trás e até seus amigos nunca mais souberam qualquer notícia sua. Mas eles seguiram em frente e eu continuo aqui, vendo minha sessão da tarde, e te amando desse jeito estranho.
Te amando porque na vida a gente precisa fazer papel de idiota e sofrer por todos aqueles caras que nossa mãe nos avisou para ficar longe.
Fiz papel de idiota quando te conheci na festa do seu primo e quis ficar com seu melhor amigo, você me levou pra casa bêbada e me deu um beijo de boa noite em minha testa. Mas também fui idiota todos os dias quando ficava na fila do pão e depois comprava jornal só pra viver 'O Último Romance' dos Los Hermanos e ainda tinha a coragem de chegar em casa e te dizer: 'Do nosso amor a gente é quem sabe, pequeno'. E quando conheci sua mãe pela primeira vez e levei um bolo de chocolate, queimado, para ela comer? É que dessa vez eu fui tão idiota assim como agora escrevendo esse texto, mais um, pra você.
A sessão da tarde tá acabando e eu tenho que me preparar pra dormir. Mas espera, espera, que tudo vai passar.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Escrevendo errado por linhas certas

Me perdi neste sufoco de tentar escrever uma carta para você, mas sinto que esforço-me para nada. Pensei em começar com o famoso 'querido' usado por todas as mulheres que sofrem e sentem falta de seu amor, mas meus carinhos por você se esgotaram e não há mais nenhum estoque em meu coração.
Não quero te transmitir meu ódio ou fingir que minha vida está melhor sem você. Os meus jogos não são feitos de mentiras e não quero fazer papel de ex-namorada madura que não sofre por tua ausência.
Quero te dizer que estou apenas seguindo pelos caminhos da vida, tentando consertar as linhas tortas que construíram nossa história e fizeram a gente se encontrar. Aprendi a aceitar minha dor, toda vez que ela grita seu nome, aprendendo a deixar a vida acontecer.
Eu, que sempre desisti das pessoas antes dela desistirem de mim, fui virada do avesso e o feitiço se virou contra mim, a feiticeira. Dessa vez você desistiu primeiro. Mas hoje não ligo mais para isso pois aprendi também que seu amor não me fez tão mal assim.
Se antes eu queria te levar comigo, hoje sigo sozinha te deixando para trás. Nós já vivemos nossa aventura e agora é hora de sonhar de novo. Tenho saudade dos nossos planos, mas ontem já planejei a minha vida nova inteira, sem você.
Dessa vez as linhas não são mais tão tortas e nem tão certas. Dessa vez as linhas são minhas e não nossas.