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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

De onde vem a calma

Ele odiava o mundo inteiro e queria que todo mundo gostasse dele. Sempre andou de cabeça baixa mas nunca soltou da mão dela. Ela era a única que o entendia e a única que ele queria que entendesse.

Dormiram juntos no primeiro encontro, ela contou como sempre o achara intrigante e ele contou como sempre conversava com ela através de seu olhar. Ela foi embora na manhã seguinte, nunca gostara de acordar em camas de desconhecidos e sempre adorara fugir das pessoas. Ele não correu atrás, não procurou, não ligou. Deixaria sua lembrança viva em sua memória e, principalmente, em seus textos.

Ele estava fumando o último cigarro na varanda de seu apartamento e a avistou andando em direção a seu prédio. Mandou-a subir e ela deu um trago no cigarro, jogando a fumaça em sua cara. Ele sorriu e pegou em sua mão, ela hesitou mas acabou entrelaçando seus dedos nos dele.

- Sabe, eu não gosto das pessoas. Principalmente as desconhecidas que nem você. - ele a olhou desconfiado e soltou sua mão da dela - Não! - disse ela, entrelaçando, de novo, seus dedos nos dele. - Não solta da minha mão!
- Você disse que não gosta de desconhecidos, achei que estava passando dos limites.
- Eu gosto de você.

Ele abaixou a cabeça, mas nunca mais soltou da mão dela.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Stand by me

Cansada de contar e escrever suas histórias para todo mundo, ela decidiu parar. Quando você conta muito (ou escreve contando) sua história para alguém, parece impossível acreditar que ela é verdadeira. E agora, depois de tanto tempo, nem você sabe distinguir o real do imaginário.

Todo dia, antes de dormir, ela toma uma xícara de chá esperando seus problemas irem embora com o vapor da água. Se alguma vez eles chegaram a ir embora, fizeram questão de voltar em seus pesadelos. Os dias (e principalmente as noites) se tornam extremamente difíceis quando as coisas já não fazem sentido nenhum.

A gente nunca sabe como vai ser o dia de amanhã, só o fato de que talvez a chuva de ontem volte hoje ou quem sabe mês que vem? Ela nunca soube de nada, apenas que, assim como a chuva, ele também ia embora e voltava quando queria.

Esgotada de palavras em sua mente nunca ditas, ela fez um acordo com si mesma. Da próxima vez que o visse iria dar o último adeus e, diferente dele, iria embora para nunca mais voltar (para ele ou para seus braços - os mais reconfortantes do mundo).

Depois de 3 meses, ele voltou. De raiva, ela o fez esperar por 1 hora, sentado em sua varanda, até conseguir colocar em ordem todos os problemas existente em sua cabeça. Como você resolve seus problemas se eles, um dia, já foram sua solução?



Quando finalmente se encontraram, ela recusou seu beijo e disse que precisavam conversar. Nenhuma palavra foi dita, mas olhares foram trocados. Quando você não consegue dizer nada, seus olhos falam por você.

Seus olhos, exprimindo dor e saudade, diziam: "There is one thing I could never give you, my heart will never be your home". Ele olhou para baixo e cobriu seu rosto com as mãos. Mas antes de deixar ela partir, disse: "If you're leaving, will you take me with you?"