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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

De onde vem a calma

Ele odiava o mundo inteiro e queria que todo mundo gostasse dele. Sempre andou de cabeça baixa mas nunca soltou da mão dela. Ela era a única que o entendia e a única que ele queria que entendesse.

Dormiram juntos no primeiro encontro, ela contou como sempre o achara intrigante e ele contou como sempre conversava com ela através de seu olhar. Ela foi embora na manhã seguinte, nunca gostara de acordar em camas de desconhecidos e sempre adorara fugir das pessoas. Ele não correu atrás, não procurou, não ligou. Deixaria sua lembrança viva em sua memória e, principalmente, em seus textos.

Ele estava fumando o último cigarro na varanda de seu apartamento e a avistou andando em direção a seu prédio. Mandou-a subir e ela deu um trago no cigarro, jogando a fumaça em sua cara. Ele sorriu e pegou em sua mão, ela hesitou mas acabou entrelaçando seus dedos nos dele.

- Sabe, eu não gosto das pessoas. Principalmente as desconhecidas que nem você. - ele a olhou desconfiado e soltou sua mão da dela - Não! - disse ela, entrelaçando, de novo, seus dedos nos dele. - Não solta da minha mão!
- Você disse que não gosta de desconhecidos, achei que estava passando dos limites.
- Eu gosto de você.

Ele abaixou a cabeça, mas nunca mais soltou da mão dela.

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